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Milene ataca beijo à força na Espanha: ‘Se fosse o Iniesta?’

Beijo à força de dirigente em jogadora gerou crise na Espanha
Luis Rubiales, presidente da federação de futebol da Espanha, beijou à força jogadora. IMAGO / Bildbyran

Milene Domingues foi dura nas palavras contra o presidente da federação de futebol da Espanha, Luis Rubiales, que deu um beijo à força em Jenni Hermoso. O fato ocorreu durante a cerimônia de premiação das jogadoras espanholas depois do título da Copa do Mundo Feminina.

A comentarista questionou o quanto o gesto de Rubiales foi machista. E lembrou se haveria um beijo à força na seleção masculina da Espanha, campeã do mundo em 2010.

Rubiales faria isso se estivesse ali o Iniesta, em vez da Jenni? Por mais que você tenha essa camaradagem entre as pessoas. Além disso, ali não está o Rubiales, está o presidente da federação de futebol da Espanha. É preciso respeitar o cargo. E essa falta de bom senso torna o caso ainda pior. Pode ser visto como assédio. Era para estarmos falando o título, mas o beijo à força dele não permitiu isso. É muito chato.

Final da Copa Feminina: Milene diz que Espanha será campeã

A brasileira deu adeus à sua segunda Copa do Mundo Feminina. Vinte anos depois de estrear na competição como jogadora, trabalhou na Austrália e na Nova Zelândia como comentarista. Milene foi a primeira convidada do quadro “Elas no Apostagolos”, que abre espaço para grandes nomes e histórias do esporte feminino brasileiro.

Sentimento após a final

“Foi um dia muito especial, viver essa final de Copa do Mundo, Eu tenho um carinho muito grande pela Espanha, uma história no futebol espanhol. Então vê-las sendo campeãs mundiais, ver que o construído 20 anos atrás deu frutos. Ainda falta muito, eu sei, Tenho conhecimento de pessoas lá dentro que lutam muito por melhorias, mas o extracampo não atrapalhou dentro de campo. Não apenas ganhou, como mostrou um lindo futebol. Quem assistiu à final, espero que tenha considerado um jogo bonito, um jogo digno de final de Copa do Mundo”.

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Segredo da Espanha

“Em uma das primeiras conversas que tive com vocês, sempre disse que a Espanha era uma das favoritas, colocava a seleção com os EUA, a Inglaterra e a França, mas também falei que precisava ver o primeiro jogo delas. Precisava ver como elas iriam reagir”.

“Porém, no primeiro jogo, deu para ver, elas têm um dos melhores toques de bola, sabem jogar. Às vezes não são tão objetivos, querem tocar em vez de fazer uma finalização. Mesmo com uma derrota dura para o Japão, ser goleado, esse extracampo fez bem para elas (algumas jogadoras têm problemas com o técnico Jorge Vilda) em termos de superação. É aquilo, quando tem algo que te incomoda, ou você se deixa abater ou dá a volta por cima. A Espanha vem construindo uma base muito forte, é campeã sub-17, sub-20, e agora no adulto. A prova de que a chave disso tudo é a base. Uma hora você colhe o fruto”.

Nova potência mundial

“Eu acho que a Espanha é uma potência, mas não é a única, como foram os EUA por um tempo. Não acredito que vai existir uma potência tão hegemônica como os EUA. Por vários motivos. O que me deixa mais feliz é que o futebol mundial tem evoluído. A Espanha está muito bem, colhendo os frutos do que tem plantado há anos. Mas há uma evolução geral, vimos os times africanos dando show, poucas goleadas, times fortes abaixo do esperado. Acho que não vai mais existir uma equipe tão imbatível”.

Melhor momento da Copa Feminina

“Estar em campo na final, fazer a decisão em campo, sentir isso como ex-atleta, jornalista, comentarista. Chegar ao estádio vazio e estar dentro dele até o apagar das luzes. Vinte anos depois da primeira vez em que participei como jogadora, foi muito especial”.

Quando mais se emocionou?

“A abertura me emocionou muito. Além disso, tive a benção de estar no vestiário da seleção brasileira. Passou um filme de 2003 na minha cabeça, quando éramos nós que levávamos nossa própria roupa para o vestiário. Agora, vemos tudo arrumado, como é no futebol masculino há um tempo. Além disso, estar em um lugar sagrado, como é o vestiário de um time, principalmente no pré-jogo”.

Maior decepção na Copa

“A eliminação do Brasil. O Brasil não era favorito a vencer o título, mas nem nos piores pesadelos eu pensaria que a seleção não passaria para as oitavas de final. Eu estava tão convicta de que o Brasil iria não apenas vencer, como também golear a Jamaica. O sentimento foi de derrota. Uma derrota não apenas no jogo, como também uma derrota para a visibilidade da modalidade”.

Beijo à força de dirigente dividiu atenção com o título mundial da Espanha
Bruno Marinho
42 artigos
Jornalista esportivo com passagens pelas redações do 'Lance', do 'Extra' e do 'Globo', com a cobertura das Copas do Mundo de 2014, 2018 e 2022 no currículo. Apaixonado por esportes e boas histórias.