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Final da Copa Feminina: Milene diz que Espanha será campeã

A Final da Copa Feminina será entre Espanha e Inglaterra
Milene vê Inglaterra favorita na final da Copa Feminina, mas aposta no título da Espanha. Crédito: IMAGO / PA Images

A Final da Copa Feminina se aproxima e Milene Domingues não ficou em cima do muro na hora de dizer quem será a nova campeã mundial. A ex-jogadora aposta que a Espanha vai bater a Inglaterra domingo (20/8), em partida que começa às 7h (de Brasília).

Esse foi o principal comentário de Milene Domingues em mais uma entrevista exclusiva ao Apostagolos.com. Ela é embaixadora do site ao longo da competição e a primeira convidada do quadro “Elas no Apostagolos”, em que grandes mulheres do esporte brasileiro são destaque.

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A comentarista falou também sobre os jogos da semifinal que levaram espanholas e inglesas para a final da Copa Feminina e sobre o peso dos treinadores das seleções para o resultado até aqui na Austrália e na Nova Zelândia.

Suécia x Espanha

“O futebol não é ciência exata. O Japão goleou a Espanha e é a Espanha quem está na final da Copa Feminina. Você pode ganhar de alguém, e depois perder para um time que achavam inferior, e vice-versa. O Japão perdeu para a Suécia, o mesmo Japão que tinha goleado a Espanha. Mas quando Suécia e Espanha se enfrentaram, foi a Espanha que ganhou, e ganhou bem”.

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Espanha surpreende?

“A Espanha, por tudo que vem construindo, fazendo um futebol bonito, um estilo bonito de jogo, era também uma das favoritas, mesmo com outras seleções fortes. O jogo contra a Suécia parecia que seria bem difícil, no papel. Mas, na hora do jogo, a Espanha venceu e mostrou que mereceu ganhar. Apesar da goleada que levou do Japão, a Espanha já vinha jogando bem. E agora fez um jogo espetacular contra a Suécia. Eu, que morei tanto tempo lá, me sinto um pouco madrilenha, e fico feliz por ver a Espanha na final da Copa Feminina”.

Problemas com o técnico Jorge Vilda

“Se você é jogador e tem um problema com a comissão técnica, não concorda com o trabalho, ou você consegue tirar o treinador, ou, quando não é possível, tenta reunir o vestiário em torno do elenco e de um propósito maior. As jogadoras do futebol feminino têm de passar por vários obstáculos, que vão vindo ao longo da nossa trajetória, que quando jogam, jogam também para que a modalidade cresça, jogam pensando em deixar um legado. Todas pensam da mesma maneira, de tentar um legado para o esporte”.

“Eu ainda tenho bastante contato com pessoas do futebol na Espanha e sei que ainda não é fácil por lá. Dizem que é um país que luta muito futebol feminino, mas algumas vezes é assim, outras não. As realidades de Barcelona e Real Madrid são apenas deles. Estão tentando chegar a um salário mínimo para as jogadoras na Espanha. Imagina se elas ganham uma Copa do Mundo? Elas terão muito mais recursos para falar porque se deve investir no futebol feminino, em estrutura, em melhores salários. Elas ainda sofrem com problemas internos. No Mundial, acho que foi hora delas se unirem por um objetivo e deixar fora os problemas alheios”.

Inglaterra x Austrália 

“A Copa do Mundo é um campeonato completamente diferente dos outros campeonatos. A Austrália foi ganhando corpo, a torcida se empolgando. A movimentação que tinha na cidade antes do jogo da semifinal contra a Inglaterra eu nunca vi numa Copa do Mundo Masculina. Até quem nunca se interessou por futebol estava perguntando sobre as Matildas (apelido da seleção da Austrália).

Esse apoio da torcida ajudou a Austrália chegar à semifinal. E ainda por cima acabou perdendo por detalhe, o famoso quem não faz, toma. Por mais que a Inglaterra tenha dominado o jogo, tenha tido posse de bola, oportunidades de gol, a Austrália teve a chance de empatar em um chute da Sam Kerr que acredito que ela nunca mais vai errar de novo. Mas futebol é isso. Pena que a Copa do Mundo é de apenas quatro em quatro anos, é muita emoção”.

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O fator Sarina Wiegman, técnica da Inglaterra

“Acho que a técnica foi um ponto a mais que colocou a Inglaterra na decisão. Ter um bom líder faz toda a diferença. Ter um treinador que sabe o que quer, que consegue tirar isso das jogadoras, fazê-las entender o sistema tático no qual ela acredita. Ela tem uma forma de jogar que ela acha correto, e também tem de se encaixar com as peças que ela tem. E tirar o melhor das jogadoras. Sabemos que ela consegue fazer isso. Toda a seleção que ela treina, consegue ir longe. Não é à toa.

Sendo assim, ter esse comando é sempre importante. Mas, no fim, quem entra em campo e joga são as atletas. No fim, é o conjunto que define. Se você assiste à Inglaterra jogando, a equipe sabe perfeitamente o que fazer. A forma de jogar, por mais que às vezes pequem em algumas coisas, é muito eficiente. Mas, nesse ímpeto de marcar forte, todas as jogadas, podem levar um drible. É uma defesa super sólida, mas acaba pecando no excesso de vontade”.

Quem vai ser campeão?

“Espanha. A Inglaterra está melhor preparada, mas essa Copa é uma Copa onde nem sempre está prevalecendo a lógica. A Espanha está jogando futebol bonito. São duas equipes que gostam do toque de bola, a equipe da Espanha é mais crua, no sentido de ter menos paciência. A Espanha é mais inexperiente em finais. Mas o extracampo pode dar uma força muito grande para as espanholas. Esses valores extracampo podem ser uma grande arma para as meninas. É também uma questão de errar menos. A Inglaterra é favorita, mas a Espanha vai levar”.

Bruno Marinho
42 artigos
Jornalista esportivo com passagens pelas redações do 'Lance', do 'Extra' e do 'Globo', com a cobertura das Copas do Mundo de 2014, 2018 e 2022 no currículo. Apaixonado por esportes e boas histórias.

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