Fernando Diniz estreou com o pé direito à frente da seleção brasileira, na goleada de 5 a 1 sobre a Bolívia, pelas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026. Ex-lateral-esquerdo do Brasil, Juan comentou a escolha do técnico para assumir o cargo que foi de Tite até o Mundial do Catar. Depois da estreia, Fernando Diniz volta a comandar o Brasil na terça-feira, em partida contra o Peru, em Lima.
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Em entrevista exclusiva ao Apostagolos.com, Juan falou sobre o que credenciou Fernando Diniz a assumir a seleção brasileira, mesmo sem a conquista de nenhum título de peso na carreira até aqui.
O ex-jogador, com duas partidas pelo Brasil nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2008, sabe da importância da competição classificatória para o Mundial. Ele ainda comentou o momento do futebol brasileiro e, especial, da posição que o consagrou: a lateral esquerda. Um pequeno spoiler é que Juan considera os dois melhores jogadores da posição hoje no futebol brasileiro dois atletas que não foram convocados por Fernando Diniz para os jogos nas Eliminatórias.
Juan comenta Fernando Diniz e mais
Fernando Diniz na seleção
“Eu gostei da escolha dele. Nós nos acostumamos a ver treinadores na seleção com grandes títulos, Libertadores, Brasileiro. Fernando Diniz não teve uma grande conquista assim ainda, mas ele conseguiu chegar ao cargo e é muito mérito dele. Pelo fato de ter um conceito de jogo e conseguir aplicar com qualidade nas suas equipes. Ele trouxe muita novidade para o nosso futebol. E isso é muito bom. Você vê os times brasileiros jogando tudo parecido, atualmente. Poderíamos ter mais variações, pela qualidade dos jogadores que temos aqui. Gosto do Fernando Diniz pela variação que ele trouxe no jogo coletivo.
Futebol brasileiro hoje
“Vejo com grande potencial, mas que não aproveitamos completamente. Ainda vemos o Brasil como um grande gerador de talentos, temos um número muito alto de jogadores atuando fora, mesmo com a seleção não conquistando títulos de Copa do Mundo, mesmo com a seleção muitas vezes não jogando o futebol que o torcedor espera. É verdade que não se faz mais talentos como antigamente, mas ainda assim o jogador brasileiro é muito qualificado, talentoso.”
“Não podemos perder a identidade do futebol brasileiro. Às vezes parece que não sabemos para onde estamos indo, não sabemos de que jeito queremos jogar. Precisamos ter um recomeço e decidir, ‘é assim que vamos jogar, essa é a nossa identidade’. Muitos paradigmas precisam ser quebrados. Precisamos colocar os pés no chão e esquecer que temos cinco títulos mundiais”.
Falta de laterais na seleção
“Temos dois principais nomes na minha opinião para a lateral esquerda, o Ayrton Lucas e o Guilherme Arana. Para mim, são jogadores que têm potencial para representar a seleção brasileira. Mas é uma posição em que realmente já tivemos um grande número de jogadores à disposição.”
“A função mudou muito, pelo esquema tático, pela forma de jogar atual. O lateral não tem mais a ofensividade de antes. A maioria dos times são compostos com duas linhas de quatro e o lateral na parte ofensiva não é decisivo como era um tempo atrás. Na Europa, o lateral é mais parecido com um zagueiro do que com um ponta, como temos atualmente. Precisamos ter esse entendimento de que o futebol mudou. Não temos esses laterais ofensivos. Os laterais daquela época em que eu joguei seriam os extremos, os pontas, de hoje em dia”.
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“É uma questão muito difícil de se analisar. Talvez ele vá daqui a uns anos para um outro time e volte à Europa. Ou pode ficar mais tempo e continuar numa liga menos competitiva. Sabemos dos valores envolvidos e sabemos que isso faz diferença, ainda que ele não precise de dinheiro a essa altura”.
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