A Colômbia conseguiu o que o Brasil não foi capaz de fazer: venceu a Jamaica e com isso se classificou para as quartas de final da Copa do Mundo Feminina. Milene Domingues acredita que as sul-americanas superaram as jamaicas graças ao brilho nas jogadas individuais. Algo que faltou ao Brasil no Mundial.
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Em entrevista exclusiva ao Apostagolos.com, a ex-jogadora da seleção feminina analisou os resultados das oitavas de final da Copa do Mundo. Ela é a primeira convidada do quadro “Elas no Apostagolos”, que abre espaço para grandes histórias e personagens do esporte feminino no Brasil.
As oitavas da Copa para Milene Domingues
Drible da Colômbia na retranca
Colômbia e França foram as últimas seleções classificadas. As colombianas vão enfrentar a Inglaterra na próxima fase, sábado. O English Team é considerado uma das potências da Copa do Mundo Feminina, mas teve dificuldades para vencer a Nigéria – a classificação só veio nos pênaltis, depois de empate em 0 a 0.
Já as francesas não tiveram dificuldades para vencer Marrocos por 4 a 0. No próximo jogo, terão pela frente as australianas e o apoio em peso que a seleção tem recebido no Mundial em casa.
“Sabíamos que a Jamaica viria com a retranca habitual para enfrentar a Colômbia. A questão do brilho individual seria fundamental. É claro, as colombianas jogam em equipe, mas as jogadoras ainda têm o ímpeto para partir para cima. E faltou ao Brasil um jogador para rabiscar no último terço do campo. O Brasil não teve um jogador com essas características para fazer isso quando enfrentou a Jamaica. A Marta tentou, a Bia, mas elas estavam ainda na zona do no meio de campo. Teriam de correr uma distância muito grande para chegar perto do gol da Jamaica”.
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Com os limões, a limonada
Os últimos jogos das oitavas de final envolveram duas seleções que eliminaram o Brasil na primeira fase: Jamaica e França. As caribenhas não conseguiram sustentar a estratégia defensiva por mais uma partida e foram derrotas. Já as europeias seguem em ascensão, algo que começou depois da difícil vitória sobre o Brasil.
– Elas têm de agradecer ao Brasil. Porque elas precisavam vencer aquele jogo. Aquela partida seria difícil não apenas para o Brasil, mas também para a França, como foi. Mas elas jogaram muito bem. Depois disso, só vem crescendo.
A França enfrentou um problema de troca de técnico perto da Copa do Mundo Feminina, assim como a Espanha, outra seleção que conseguiu se classificar para as quartas de final, com uma goleada sobre a Suíça. Para Milene, ambas souberam fazer uma boa limonada com os limões que tinham nas mãos.
– Espanha e França estavam entre as favoritas, mas precisávamos ver como elas reagiriam à troca de comando que tiveram perto do Mundial. E o que as duas seleções estão mostrando é que elas reagiram positivamente diante da adversidade.
Japão impressiona pela parte física
Entre as oito seleções que avançaram para as quartas de final da Copa do Mundo Feminina, a japonesa é a que faz a melhor campanha. Teve 100% de aproveitamento na primeira fase, com direito à boa vitória sobre a Espanha, e venceu a Noruega nas oitavas de final com autoridade.
Nas quartas de final, terão pela frente as suecas, que eliminaram os EUA nos pênaltis, um resultado que confirmou o futebol ruim das americanas na Copa do Mundo. Para Milene, o que tem levado as japonesas tão longe é a parte física privilegiada.
– As japonesas são sempre fortes, cumprem bem a parte tática, o que é proposto. Elas também são muito fortes fisicamente e isso tem me chamado a atenção. Elas marcam gols de fora da área, chutes de longa distância, elas têm muita velocidade em campo, têm feito gols com muita velocidade. É uma das equipes mais estáveis da Copa. Ela não tem oscilações, pelo contrário. O Japão vem crescendo. De todas as seleções nas quartas de final, é a que chega com mais propriedade.