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Tipster revela como transformou hobby em apostas esportivas em profissão

Yuri Virgolino
Yuri Virgolino dá dicas para outros apostadores Foto: Reprodução do Facebook

O mercado de apostas no Brasil cresce a cada ano, pode viver um boom depois que a regulamentação dos sites de apostas esportivas finalmente for assinada pela presidência, e desperta o interesse cada vez maior de pessoas que vislumbram mais do que apenas o jogo recreativo. Trata-se da figura do apostador profissional, uma mistura de apaixonado por esportes com investidor do mercado financeiro.

O “Apostagolos.com” foi atrás de um desses apostadores para descobrir como é a vida de quem transformou as chances de vitória ou derrota de um time em fonte de rendimento.

É o caso de Yuri de Medeiros Garcia, 25 anos, formado em administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte. É mais conhecido como Yuri Virgolino (@virgolinotipster no Instagram). Nessa entrevista, ele revela sua trajetória até se tornar um apostador profissional e o que é preciso para seguir a carreira.

Quando você começou a apostar?

Comecei em 2015, nessa época ainda estava cursando administração pela UFRN. Comecei de forma mais recreativa. Era um dinheiro para tomar um suco, beber uma cerveja, sair com os amigos. Com o tempo, comecei a ver que aquilo poderia se desenvolver, se tornar um investimento que traria retorno a longo prazo.

Precisou estudar ou fez de forma mais intuitiva?

Assim que entrei nas apostas, eu já tentei buscar conhecimento para tentar um crescimento dentro do mercado. Mas naquele tempo, era muito difícil encontrar conteúdo a respeito. Foi quando eu pensei, “como posso tentar ganhar dinheiro com apostas?”

Já em 2015, 2016, eu vi o potencial de retorno da atividade. Eu estava desempregado e resolvi criar uma página no Instagram onde eu compartilho minhas dicas de apostas. Como eu tinha uma acertividade muito grande, passei a compartilhar minhas entradas com as pessoas. Rapidamente, cresci, ganhei um bom número de seguidores, e comecei a monetizar: criei um serviço premium para oferecer dicas.

Eu procurei me desenvolver, melhorar minhas técnicas. Mas como não tinha muito conteúdo disponível, tive de aprender com a tora, com os erros, quebrando a banca. Esse processo foi bastante difícil para mim. Eu tive duas etapas nas apostas.

Entre 2015 e 2018, foi bem complicado, onde tive bancas quebradas, muito pelo amadorismo mesmo, por ter dificuldade para encontrar conteúdos com os quais eu pudesse evoluir. Em 2018, eu fiz um curso e foi quando eu dei a virada de chave.

É difícil separar a razão da emoção, quando se envolve o time do coração, por exemplo?

Sim. Estamos tratando com duas coisas que mexem com o emocional das pessoas, dinheiro e o lado torcedor. Qualquer um desses sentimentos pode dar um tilt em você, e você começar a agir com a emoção. Basicamente é preciso saber dividir as coisas.

Sou Vasco, torcedor roxo mesmo, mas sei dividir o que tem valor para mim, e muitas das vezes aposto contra o meu time. Faço a entrada de acordo com o meu estudo, no jogo, e na hora que for assistir, eu tento focar mais no lado torcedor. Misturar as duas coisas é um erro comum entre os iniciantes, mas depois você consegue tirar de letra.

Quanto tempo gasta com a atividade?

Dentro do mercado do futebol, eu tenho uma grade completa, todos os dias. Folgo basicamente nas segundas-feiras. Mas os bastidores exigem bem mais tempo do que imaginam. A galera acha que os apostadores profissionais vão trabalhar apenas quando tem jogo, no momento do jogo, mas tem todo um trabalho por trás. Eu sou criador de conteúdo, tenho um serviço premium, onde passo minhas dicas de aposta, e tenho meus canais onde compartilho conhecimento.

É algo que demanda muito tempo. E quando tem a grande cheia, é o tempo inteiro acompanhando os jogos. São jogos de 14h até 22h. Basicamente paro somente para tomar café, almoçar e jantar. Temos mais folgas no período de Data-Fifa, quando os calendários param. Mas trabalho de domingo a domingo, das 8h às 23h. São várias atividades, além da aposta em si. Até editar meus vídeos, eu faço.

Pode dizer quais são os rendimentos que isso te traz por mês?

Sim. Atualmente, entre R$ 20 mil e R$ 50 mil por mês, dependendo dos acertos. É uma renda bem bacana, que só depois de eu dar a virada de chave, consegui, quando passei a ver as apostas como algo que pudesse fazer a diferença.

E o que sugere para quem tem interesse em se tornar apostador profissional?

A primeira coisa, ele tem de buscar conhecimento antes de pensar em ganhar dinheiro. Se fizer isso, você vai estar um passo a frente. Para ganhar dinheiro, tem de ter bastante esforço, investimento. Antes de esperar lucrar, busque conhecimento.

Vá ao Youtube, há muito conteúdo gratuito lá. E depois, tenha paciência. Isso não é algo que vai acontecer da noite para o dia. As apostas têm de encarar como algo a longo prazo. Você, para se formar numa faculdade, se dedica quatro, cinco, até sete anos de sua vida.

Nota da redação: As apostas esportivas não devem ser vistas como uma atividade para geração de renda. Apostas esportivas são um entretenimento legal. Você precisa tomar os devidos cuidados para que essa seja uma atividade segura, apostando de forma responsável e com plena consciência dos riscos que ela pode trazer. Lembre-se, ainda, que os jogos de azar podem causar dependência e prejuízo financeiro.

Diana Figueiredo
200 artigos
Diana Figueiredo é jornalista há mais de 15 anos. Trabalhou no Jornal Extra e no Jornal O Globo de 2012 a 2018, onde escreveu para editorias como economia, mundo e turismo. No Jornal O Globo escreveu também no blog Aqui se Bebe sobre cervejas e uma coluna de mesmo nome no caderno RioShow. Entusiasta do mundo das apostas esportivas legais e dos esportes, desde 2016 é também editora do blog de viagens Diana Viaja.