Na última quinta-feira (3) a seleção portuguesa voltou para casa depois da sua primeira disputa de Copa do Mundo Feminina. A chegada aconteceu no Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa. No local estavam diversos torcedores que foram agradecer a campanha das Navegadoras na Oceania.
Ao sair do aeroporto, em seguida, a delegação foi até o Palácio de Belém, onde foi recebido pelo presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa.
“Tinha pedido para que fizessem tudo para tornar o impossível possível. E fizeram tudo. Mostraram qualidade. Jogaram melhor do que a Holanda, do que o Vietnã e melhor do que os Estados Unidos. A nossa qualidade foi superior à daquelas três equipes. Depois, pedi o que por vezes é tratado como garra, mas é mais do que garra. É dar tudo, mas mesmo tudo, para além do tudo. E deram. No primeiro, segundo e terceiro jogos. No terceiro jogo dirão que demos mais do que nunca, mas deram nos três. E acho que foram três grandes jogos. Sei que quando se está neste ambiente, não se tem a noção exata de tudo o que se passa e como se passa”, disse o chefe de estado.
Marcelo também falou da sua vontade de receber a Seleção Feminina depois da conquista de um título.
“O país estava e está mobilizado. Vocês conquistaram o país. A nossa causa, a da mulher no futebol, no esporte, na sociedade, está conquistada. Os mais machistas dos machistas estão esmagados. Infelizmente, não há Copa do Mundo de dois em dois anos. Agora é para isso que têm de olhar. O nosso objetivo era chegar lá e ganhar. Seria uma injustiça ver o meu sucessor ter essa alegria. Por muito que goste do sucessor que os portugueses venham a escolher, prefiro ser eu. Daqui a dois anos sou eu a ver a entrega da taça. Foram melhores tecnicamente. Agora tem que sentir o avanço para o passo seguinte.”
Apoio dos portugueses
Já a meio-campista e capitã Dolores Silva, que defende o Sporting Braga, fez questão de agradecer todo o apoio que a seleção tem recebido.
“Todos os portugueses são essenciais e todos eles, sem dúvida alguma, olham para nós de uma forma mais respeitosa, com mais dignidade, com mais crença que o futebol feminino é capaz de alcançar grandes feitos. Eu não posso deixar de mencionar aquelas que são todas as mulheres que traçaram este caminho para que nós pudéssemos navegar por mares nunca antes navegados.”
Portugal ficou na terceira colocação do Grupo E. As portuguesas perderam para a Holanda (1 a 0), venceram o Vietnã (2 a 0) e empataram com os Estados Unidos (0 a 0). Por pouco, elas não eliminaram as norte-americanas – principal seleção do futebol feminino – e se classificaram. As europeias tiveram uma bola na trave já nos minutos finais do segundo tempo.
“Ficamos a um gol e a uma trave de tornar o impossível em possível. Acima de tudo, fica aquilo que nós demonstramos a cada minuto dentro de campo, desde o primeiro jogo, ao segundo onde conseguimos uma vitória histórica e neste último que olhamos olhos nos olhos as bicampeãs mundiais, sem medo algum, a acreditar que seria possível fazer, mais uma vez, história. Fomos unidas enquanto grupo”, concluiu.