O Vasco apresentou nesta quarta-feira talvez o seu grande reforço para a temporada: o meia-atacante Nenê, de 40 anos, que retorna ao clube após quase quatro anos. Ele rescindiu com o Fluminense e assinou com o Cruz-Maltino até dezembro de 2022.
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– O Vasco é diferente para mim, é o clube que abriu as portas do Brasil para mim. Todos pensavam que eu estava para me aposentar, vinha para roubar e ganhar dinheiro. E o Vasco foi o clube que apostou em mim e voltei a ser o Nenê dos tempos de Santos e Palmeiras – disse o craque.
– Muitos jovens na época nem tinham me visto jogar. E o Vasco me deu essa possibilidade. Ganhei esse reconhecimento depois que cheguei ao Vasco. Representa muito para mim – acrescentou.
Nenê chega ao Vasco aprovadíssimo pelo técnico Fernando Diniz.
– Foi rápido. Chegou o momento decisivo, a coisa começou a esquentar. Conversei com o Fluminense, dois dias depois a gente estava resolvendo e ontem (terça) mesmo assinei a rescisão 17h30 e 18h30 estava assinando com Vasco. Depois que chegou o Diniz, a coisa andou. Acelerou, ele gosta do meu trabalho – contou Nenê.
A tendência é que Nenê faça a sua estreia pelo Cruz-Maltino nesta quinta-feira, às 19h, contra o CRB, em Maceió, pela Série B do Campeonato Brasileiro.
– Eu estou à disposição. Estava jogando normalmente. Professor que vai decidir. Vou estar com o grupo e posso jogar – afirmou o novo camisa 77 vascaíno.
Apesar de estar em crise na Série B, o Vasco ainda sonha com o acesso e Nenê confia no time.
– Com certeza acredito no acesso. Essa é a ideia, por isso eu vim. Time muito qualificado, treinador que conheço, encaixa muito com meu estilo de jogo e acho que vai nos ajudar muito. Ainda não vou falar de aposentadoria (risos). Não penso nisso ainda – analisou o jogador.
Com a camisa do Vasco, Nenê foi campeão carioca em 2016. Foram 132 jogos disputados e 44 gols marcados entre 2015 e 2018.
Abaixo, mais trechos da entrevista do jogador.
Torcida vascaína – “A torcida é um dos grandes motivos. Essa paixão, carinho, respeito comigo. Isso motiva bastante, meus amigos, família. Todo mundo pedindo esse retorno. Me deixa muito feliz. Espero retribuir em campo”.
Reserva no Fluminense pesou para a troca de clube? – “Não é que pesou, mas é algo a se pensar. Estou já na parte final da carreira, últimos dois ou três anos…Pessoal se assusta quando falo três anos (risos). Mais dois, pelo menos. Com certeza muito melhor estar jogando.
Foram várias coisas juntando em relação ao contrato, não decidia renovação lá, teve chance de voltar ao Vasco, esticando minha carreira. No Fluminense eu tinha até dezembro só. Vai colocando na balança. Isso foi um dos fatores (reserva), mas não primordial.
Saí pela porta da frente, tendo respeito de todos, do torcedor. Isso é importante. Sou profissional e dou a vida ali”.
Problema se ficar no banco? – “São coisas que teremos que lidar. Já tinha acontecido antes. É claro que vou querer jogar todas, ajudar o time, mas tem que ver o que é melhor para o time. É algo que vamos conversar, vai ser tranquilo e faremos o que for melhor para o time”.
Parceria com Cano – “Para mim vai ser muito bom. A responsabilidade é menor. Não sou salvador da pátria. Não vou chegar e mudar tudo. Vou dar a vida pelo time, acredito que vou ajudar muito. Isso é bom para mim, para o time e para ele. O Cano é um cara muito inteligente, sabe fazer gol, se posiciona bem. Se Deus quiser vou passar muita bola para ele, e ele para mim”.
Experiência – “Base importante, tem que dar confiança para eles, tirar responsabilidade de resolver. Não é o melhor cenário. Minha posição é passar essa tranquilidade para eles, passar experiência. Sou igual eles. Tenho 40 anos, o Pec é novo, idade do meu filho, mas é tudo igual, profissional”.