A missão é difícil, mas o Palmeiras ainda sonha com o título do Brasileirão. Na noite desta segunda-feira, venceu o Sport por 2 a 1, de virada, e assumiu a terceira colocação da competição. A equipe do técnico Abel Ferreira chegou a 49 pontos, está a 10 pontos do líder, Atlético-MG, só que possui um jogo a mais. O Sport abriu o placar no primeiro tempo com Leandro Barcia, mas Luiz Adriano e Felipe Melo viraram o jogo para o Alviverde na segunda etapa.
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Não foi um jogo fácil para o Palmeiras, apesar da fragilidade do adversário. Desde o início, a equipe paulista criou chances, mas no primeiro tempo faltou pontaria e o Sport se aproveitou da situação para abrir o placar com Barcia.
No segundo tempo, o Palmeiras seguiu pressionando e conseguiu os seus dois gols em dois lances de bola parada. Vitória merecida, de um time que criou e buscou. Uma atuação que dá ânimo ao Alviverde para a sequência do Brasileirão e para a final da Libertadores.
– Futebol moderno é isso: intensidade, futebol vertical, de jogar para frente, de chutar 36 vezes. Agora, para que isso aconteça, é preciso que se dê tempo para descansar a equipe. Foi o que aconteceu. Jogamos com o Bahia e tivemos dois dias de descanso, depois o Bragantino e dois dias para o Ceará – disse o técnico Abel Ferreira.
– Não sei quem são os inteligentes que organizam, e enquanto eu estiver aqui, como diria o Zagallo, vão ter que me engolir – acrescentou o sempre afiado português.
O Palmeiras volta a campo neste domingo, às 16h, para enfrentar o Grêmio, fora de casa.
Abaixo, mais trechos da entrevista de Abel Ferreira:
Equipe equilibrada – “Nós, com bola, temos que ser mais ofensivos, criar, chegar no último terço e fazer coisas, não só por ter a bola. E foi isso que fizemos. Hoje finalizamos 36 vezes, demonstra muito a agressividade e atitude mental da equipe, que contradiz alguns que querem catalogar nossa equipe como uma que defende.
Não, é uma equipe equilibrada. Percebe o adversário que enfrente e joga o que o jogo deixa, dita. Hoje nossos jogadores foram perfeitos, sobretudo no lado mental. Pena só ter sido por dois gols, poderia ter sido mais”.
Time com a cara do Abel? – “Não, é a cara do Palmeiras, a cara da força do clube, dos torcedores do Palmeiras. E é isso que eu procuro, que cada palmeirense se veja nessa equipe, quando ganha ou perde.
Vimos uma equipe com uma força mental muito grande, e é um dos pontos que falo desde que cheguei. Um dos pontos mais fundamentais é a força mental na ordem e disciplina tática coletiva.
Não é um jogo de futebol entre solteiros e casados, vale pontos e decide muitas coisas. Hoje a equipe manteve essa ordem e disciplina, além de uma coisa que eu gosto muito, a intensidade”.
Influência da torcida na virada – “Toda. Digo para a câmera, toda. Eu disse que essa torcida ganhava jogos, que ajuda o treinador. É um sossego para mim estar ali em campo porque já sei que meus jogadores vão entregar tudo, a torcida cobra.
Hoje a torcida teve um ótimo comportamento. Diziam que era chata, a torcida do amendoim, que aquilo, que isso, mas até agora só tenho coisas boas para dizer. Agradecer, de coração, o apoio. No momento que sofremos o gol, apoiou.
A torcida foi determinante para ganharmos o jogo. Eu tinha certeza que eles iam nos empurrar. Nos ajudou para darmos o nosso melhor para levarmos os três pontos, que era justo”.
Conversa no vestiário – ” (…) Eu não grito com meus jogadores, não sou de grito. Gosto de falar com homens. Se eu sentir que perdi o grupo, sou o primeiro a ir embora. Se fiquei aqui é porque há trabalho para fazer, porque eles acreditam o que o treinador diz.
No intervalo eu passei tranquilidade e deixamos a equipe ainda mais agressiva com o Scarpa, que fez mais um jogo fantástico saindo do banco. E isso que queremos, alguém que sirva, que é o seu ponto forte”.
Mudança dos pontas – “Grande jogo do Dudu hoje. É um craque. Um jogador que está comprometido ofensivamente e defensivamente. Nos ajuda muito a desequilibrar contra equipes compactas e fechadas.
Precisamos da criatividade desses jogadores, eles precisam colocar sua qualidade individual a serviço da equipe. O Rony com sua verticalidade, o Dudu no seu um contra um. É um jogador que cria muito. Nós queremos isso, que os jogadores percebam que o objetivo é jogar para sempre, para fazer gols. Foram dois jogadores que nos ajudaram bastante”.
Um ano de Palmeiras – “Eu gosto de fazer balanço só no final da temporada. Mas o Palmeiras entrou num quadro daquilo que entendo que é o caminho de um treinador ambicioso, que quer ganhar títulos. Para ganhar títulos só pode treinar clubes dessa dimensão.
Acho que foi uma decisão acertada de ambas as partes. Mas é um dia de cada vez, assim que eu vejo o dia e o futebol. Tudo no tempo de Deus, até quando Deus quiser, assim que gosto de viver minha vida e o futebol. No final faremos o balanço e decidiremos o que é melhor para todos”.
Confira os resultados da 28ª rodada do Campeonato Brasileiro:
E a classificação: